ONTOGENIA DA COMUNICAÇÃO ACÚSTICA DA ARIRANHA
Pesquisa Realizada por: Samara Bezerra Almeida
Ano: 2020
Linha: Recuperação de paisagens e áreas degradadas
Bioma: Amazônia
Nível Acadêmico: Doutorado
Essa pesquisa objetiva estudar a ontogenia (desenvolvimento) e a estrutura vocal da ariranha em dois ambientes naturais e distintos no estado do Tocantins. O estudo está sendo desenvolvido no Rio Coco – Parque Estadual do Cantão, Tocantins e Rio Mangues – Porto Nacional, Tocantins com diferentes intensidades de ruído antropogênico.
O estudo da ontogenia vocal pode trazer respostas sobre o desenvolvimento físico, social e a capacidade de aprendizado social da espécie. O sistema de comunicação vocal e das variações acústicas geram informações sobre sua história de vida, comportamento padrões de dispersão e isolamento genético de populações, o que pode afetar decisões de manejo e conservação de espécies ameaçadas, como é o caso da ariranha.
Esperamos com o resultado deste estudo, caracterizar sistematicamente as mudanças de desenvolvimento na produção de som desde o nascimento até a idade adulta (ontogenia). Além disso, a partir desse estudo será possível conhecer as características acústicas dos diferentes tipos de ambientes nos quais as ariranhas se encontram, verificando o desenvolvimento da comunicação da espécie.
O Parque Estadual do Cantão, através de seu Plano de Manejo, prevê a transformação de uma pequena parte da área em rota ecoturística. Os recursos naturais da região oferecem o potencial para desenvolvimento do ecoturismo no parque e seu entorno, como complemento do desenvolvimento sustentável regional. Por esse motivo há necessidade de uma investigação dos aspectos acústicos das ariranhas, já que a atividades turísticas podem ter um efeito negativo sobre a espécie e também outras atividades antropogênicas.
Este estudo constitui uma importante ferramenta para elaborar planos de manejo em ambiente natural, bem como auxiliam na adequação de atividades humanas que envolvam a espécie, como o ecoturismo. O apoio do Programa Bolsas FUNBIO – Conservando o Futuro junto ao conhecimento do comportamento vocal gerados por esse projeto são importantes para a conservação da espécie.
Biografia:
Meu nome é Samara Almeida, sou bióloga e mestre em comportamento animal. Atualmente estou desenvolvendo meu doutorado em Psicobiologia pela UFRN. Sou membro do Grupo de Especialistas em Lontras (IUCN/SSC Otter Specialist Group) e membro do Projeto Ariranhas. Estudo ariranhas desde 2013 no Parque Estadual do Cantão, no estado do Tocantins. Meus principais interesses de pesquisa são o manejo, educação ambiental, conservação e bioacústica. Acredito muito na ciência cidadã, onde devemos, como pesquisadores, envolver a sociedade nas atividades de pesquisa.