Catia (segunda da direita para a esquerda) é premiada em cerimônia do CREA. Foto: CREA-RJ

A geógrafa e pesquisadora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Catia Antonia da Silva, recebeu um prêmio do Conselho Regional de Engenharia do Rio de Janeiro (CREA) por sua contribuição ao meio ambiente no estado. E não é para pouco: Catia está à frente de uma iniciativa inédita apoiada pelo Pesquisa Marinha e Pesqueira – o Observatório Socioambiental da Baía de Sepetiba, um programa que monitora as mudanças e os impactos em uma das regiões da cidade mais castigadas pela expansão urbana, pela falta de saneamento e pelos altos índices de poluentes industriais.

“Fiquei muito feliz com o reconhecimento. Mas o prêmio não é da Catia Antonia: você sabe que minha equipe é gigante né?! O prêmio é fruto de um exercício coletivo da academia, mas também das entidades e lideranças de pescadores e pescadoras que vêm fazendo esse trabalho com a gente”, diz.

E ela não exagera. Para colocar de pé o Observatório – que hoje funciona como um aplicativo alimentado por todas essas instâncias –, Cátia liderou um grandioso processo de articulação com mais de 10 colônias de pescadores e pelo menos 30 pesquisadores de diferentes áreas e universidades. E ela quer mais.

“Em breve teremos mapas, vamos publicar um atlas e também estudamos a possibilidade de construir um espaço físico para o observatório. Queremos continuar a dar visibilidade a um espaço que por muito tempo foi visto na perspectiva de um lugar da violência, da pobreza e de tudo o que é sujo”, diz a geógrafa.

Tanta dedicação só poderia mesmo lhe render muitos frutos. Além do prêmio do CREA, a pesquisadora também foi convidada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) a escrever um artigo sobre direitos humanos, e em breve pega um avião para participar de um seminário sobre meio ambiente e superação da pobreza na Universidade de Paris.