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Tecnologia em prol da biodiversidade
O ICMBio busca constantemente inovações em suas ferramentas de gestão, de modo a alcançar eficiência no uso dos recursos. A mais nova ferramenta desenvolvida, o Sistema de Análise e Monitoramento de Gestão (SAMGe), contribui para o diagnóstico e planejamento das UCs, permitindo a avaliação do cumprimento de políticas públicas voltadas para a conservação, dentro de um espaço territorial e objetivos pré-definidos. O potencial da ferramenta foi reconhecido recentemente, quando o SAMGe conquistou um dos prêmios no 21º Concurso Inovação, promovido pela Enap (Escola de Administração Pública).
Para ampliar o alcance da ferramenta, o órgão tem realizado oficinas de capacitação voltadas não só para gestores federais, mas também para profissionais envolvidos na conservação da biodiversidade de UCs estaduais e municipais.
Apoiado pelo GEF Mar, o Parque Estadual Marinho [PEM] da Pedra da Risca do Meio, no Ceará, é uma das UCs beneficiárias da capacitação.
Única UC marinha do Ceará, e conta com paisagens subaquáticas repletas de recifes de corais a poucos quilômetros da costa em águas não tão profundas, o PEM atrai mergulhadores e turistas privilegiados pela presença de espécies marinhas ameaçadas, como tubarão martelo e tartarugas verde e de pente.
Os gestores precisam lidar com riscos – como possíveis danos ao ambiente derivados da pesca em larga escala – ao passo que mediam relações com comunidades tradicionais da região. “Aqui, protegemos um recife de corais com espécies em risco, então é importante ter ferramentas capazes de identificar problemas e sugerir alternativas. O SAMGe tem nos oferecido boas possibilidades para diagnosticar o cenário e planejar com eficiência o uso dos recursos que temos”, detalha Izaura Lima, gestora do PEM.
Para Renan Guerra, técnico que apoia ações do GEF Mar no PEM, a ferramenta contribuirá na elaboração do plano de manejo da UC. “Com sua aplicação, podemos sistematizar as informações e fazer análises detalhadas, aguçando nossa visão sobre o parque e seu contexto. É esse tipo de inovação que buscamos”, diz.
Para o ICMBio, o SAMGe tem sido usado para produzir análises completas de elementos territoriais nas UCs: o que se deseja manter, quais as relações da sociedade com esses elementos e as possíveis ações dos órgãos gestores.
“O SAMGe foi pensado para empoderar gestores das unidades, organizando informações sobre os objetivos de cada UC, o contexto que cerca cada unidade e também quais as alternativas para mitigar problemas e expandir as possibilidades de proteção”, conta Mariusz Szmuchrowski, analista ambiental da Divisão de Monitoramento e Avaliação de Gestão (ICMBio), membro da equipe que supervisiona as atividades e implementação da ferramenta.
“O que gestor precisa para efetivar o cumprimento de políticas de conservação sem deixar de lado o contexto que o cerca? Como é possível organizar dados e insumos que também sirvam como prestação de contas à sociedade? Essas foram algumas perguntas que nos levaram a investir no SAMGe como uma alternativa”, detalha Mariusz.