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Inteligência artificial lança luz sobre comunicação e governança de UCs
Na era das redes sociais, todos nos tornamos criadores de conteúdo. E não é diferente em relação a unidades de conservação (UCs): gestores são hoje produtores e disseminadores de informação. Em primeira mão, muitas vezes em tempo real. Com a capacidade de informar e o potencial de influenciar e envolver. Mas como essa verdadeira revolução digital impacta a percepção que temos das UCs e a governança das mesmas? Esse é o ponto de partida do projeto da bióloga Carolina Neves Souza, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos da Universidade Federal de Alagoas.
“Numa primeira etapa, será avaliada a percepção geral do público no Twitter e no YouTube sobre as 334 UCs federais de conservação integral e uso sustentável. O que mais desperta interesse e que tipo de sentimento suscitam (positivo, negativo, neutro). Na segunda etapa, serão coletados dados de seis Parques Nacionais a serem determinados. A ideia é analisar, entre outros aspectos, como a comunicação, o modo como é feita e os canais digitais podem influenciar na participação nos espaços de tomada de decisões”, diz Carolina.
O ineditismo da proposta está no ainda raro uso de big data – um enorme volume de informações coletado e analisado por meio de algoritmos – em estudos sobre UCs. Apesar de revolucionarem áreas como o consumo e a medicina – em que a inteligência artificial aprende, por exemplo, a interpretar exames e, desse modo, aprimora diagnósticos – o setor socioambiental está entre os que menos se beneficiam de novas tecnologias.
Se na primeira fase o projeto trará dados inéditos sobre percepção e sentimento de uma fatia relevante da população sobre UCs, na segunda, responderá a perguntas como “o parque tem um plano de comunicação”? “Como as ações são comunicadas à comunidade local?” “As reuniões são abertas ao público?”. O estudo estará centrado nos Conselhos Gestores das UCs e incluirá questionários, análise de registros e entrevistas.
Os resultados permitirão entender que temas e que tipo de comunicação mais gera engajamento. E como a sensação de pertencimento pode (ou não) resultar numa maior participação de diferentes segmentos , direta ou indiretamente, da governança das UCs. Boas práticas que poderão se tornar um referencial para o aprimoramento da comunicação em tempos de redes sociais.