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Esforço global
“Já faz mais de 15 anos que não se propõe uma revisão das ações prioritárias para conservação da toninha em âmbito internacional”, diz o pesquisador Paulo Ott, do Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (GEMARS). O problema, porém, começa a ser superado pela Comissão Internacional Baleeira (ICB). Nos próximos meses, a ICB inicia o encontro anual de seu Comitê Científico, onde as toninhas terão um fórum à parte.
Inicialmente marcado para acontecer em maio na cidade de Cambridge, o encontro está sendo reorganizado para sessões virtuais, por conta do COVID-19. A data ainda será confirmada. Mas por aqui, os trabalhos já começaram há tempos: nos últimos meses, o GEMARS vem organizando uma série de reuniões e documentos preparatórios. Durante uma semana, pesquisadores do Projeto de Conservação da Toninha levaram a Porto Alegre os dados mais frescos sobre a espécie, para construírem juntos um grande mosaico de informações e propostas.
Cientistas do Uruguai e da Argentina – países que estão na área de distribuição do cetáceo – também participaram dos encontros, assim como representantes do ICMBio e da Comissão Internacional Baleeira. Os pesquisadores esperam ter em mãos um documento robusto para a Pontoporia blainvillei, que está classificada no Brasil como espécie criticamente em perigo de extinção e, globalmente, como vulnerável.
“A toninha passou a gerar um interesse maior de toda a comunidade científica por estar numa situação limite. Precisamos tomar decisões estratégicas agora, antes que seja tarde demais”, afirma Paulo Ott.
Texto originalmente produzido pelo jornalista Bernardo Camara para a newsletter “Linhas do Mar” para divulgação do Projeto de Apoio à Pesquisa Marinha e Pesqueira e do Projeto Conservação da Toninha.