O ACESSO A TERRITÓRIOS DE TRABALHO PELAS CATADORAS DE MANGABA DE SERGIPE
Pesquisa Realizada por: Mônica Vilaça da Silva
Ano: 2019
Linha: Mudanças climáticas e conservação da biodiversidade
Bioma: Mata Atlântica
Esta pesquisa propõe analisar as práticas de trabalho extrativista das catadoras de mangaba em Sergipe, que consiste na coleta e beneficiamento de frutos, ante os conflitos territoriais que colocam em risco seus territórios de trabalho.
As catadoras de mangaba compõem uma comunidade tradicional, nomeada e reconhecida por legislação específica, e estão presentes em cerca de 24 povoados, distribuídos em 7 municípios do Estado de Sergipe. A coleta ou ‘cata’ da mangaba é uma atividade desenvolvida principalmente por mulheres para alimentar as famílias e para a comercialização.
Hoje os frutos são beneficiados em doces, compotas, biscoitos, bolos e são comercializados coletivamente pelos povoados em pequenas lojas e programas governamentais como o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA e o Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE. As áreas de restinga em que as mulheres catadoras de mangaba trabalham estão em espaços privados e públicos gerando conflitos em razão da sobreposição dos usos dos territórios.
Considero que as especificidades do trabalho extrativista reivindicam modos de vida que questionam e enfrentam as dimensões éticas e morais subjacentes ao trabalho e a economia capitalista, produzindo e mobilizando compreensões do comum enquanto relações sociais, bens e princípios políticos.
Biografia:
Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal da Paraíba. Estuda experiências de trabalho de mulheres, e práticas de economia solidária e economia feminista, a partir das referências dos cuidados e da produção dos comuns. É autora e organizadora da coletânea “Educação Popular e Economia Solidária no Nordeste” e dos livros “Economia Solidária, Mulheres e Juventudes”, “Economia Solidária, educação popular e pedagogia da autogestão”, “A construção do Conhecimento em Economia Solidaria”.