EFEITOS DO FOGO SOBRE PADRÕES DE OCUPAÇÃO E DIVERSIDADE DE MORCEGOS NAS SAVANAS BRASILEIRAS
Pesquisa Realizada por: Cíntia Fernanda da Costa
Ano: 2022
Bioma: Cerrado
Nível Acadêmico: Doutorado
O fogo é um distúrbio natural típico das savanas brasileiras, que modela a estrutura e dinâmica dos organismos que estão ali presentes. Embora a frequência de grandes incêndios tenha aumentado em todo território brasileiro, devido às pressões antrópicas, as respostas da fauna, em particular dos morcegos, aos efeitos do fogo são amplamente desconhecidas. Este projeto pretende avaliar as respostas das comunidades de morcegos de diferentes guildas tróficas aos efeitos do fogo ao longo de um gradiente de intensidade e frequência no Cerrado, Pampa e Pantanal, combinando diferentes técnicas de amostragem. Seus objetivos específicos são: (i) avaliar os efeitos do fogo sobre as assembleias de morcegos insetívoros aéreos nas savanas brasileiras através de índices de diversidade acústica; (ii) modelar a ocupação da comunidade de morcegos, usando um gradiente de diferentes regimes de fogo como preditor de detectabilidade e ocupação em diferentes escalas espaciais e temporais; (iii) avaliar os efeitos do fogo na organização de redes de interações entre morcegos e plantas e na condição corporal de espécies de morcegos no Cerrado e (iv) definir nova metodologia para estimar a abundância em morcegos insetívoros aéreos através de detecção acústica. Além disso é esperado desenvolver ações de popularização da ciência para a conservação dos ecossistemas de áreas abertas e dos morcegos que aí ocorrem. Os resultados devem contribuir para preencher várias lacunas de conhecimento sobre a ocupação, ecologia e padrões de diversidade nas savanas brasileiras, além de uma melhor compreensão das respostas dos morcegos aos efeitos do fogo, permitindo a definição de ações efetivas de gestão a serem aplicadas em diferentes escalas nas diferentes regiões.
Biografia:
Licenciada e Bacharela em Ciências Biológicas (2018-1 e 2018-2) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Cíntia é mestre em Ecologia (2021) e doutoranda em Biologia Animal na mesma universidade, e também é integrante do grupo de pesquisas do Laboratório de Evolução, Sistemática e Ecologia de Aves e Mamíferos (BIMa-Lab) desde 2016. Além disso, também é coordenadora da Secretaria de Comunicação, Divulgação e Atendimento ao Público da Sociedade Brasileira para o Estudo de Quirópteros (SBEQ), desde 2019. Tem interesse principalmente por bioacústica, ecologia, ecologia de paisagem, evolução e conservação de mamíferos, especialmente de morcegos tropicais.