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O ritual da batida na caixa de marimbondo
Foto: Pati Kayapó/Coletivo Beture
A proteção de seu território – uma área de 12 milhões de hectares de ecossistemas conservados que formam um cinturão verde de proteção à Floresta Amazônica – é encarada com enorme seriedade pela comunidade Kayapó. Por isso, o marimbondo, animal conhecido pela defesa de seu espaço, é muito respeitado dentro da cultura Mebêngôkre-Kayapó.
Dessa admiração surgiu o ritual da batida na caixa de marimbondo. Jovens guerreiros são escolhidos pelos pajés da aldeia para enfrentar uma caixa de marimbondo – que conhecemos como casa de marimbondo. Cumprir a nobre tarefa é visto como um privilégio pelos rapazes, já que confere status de valentia. No momento do enfrentamento, os escolhidos sobem em escadas até a copa da árvore, medem a casa e batem nela com as mãos desprotegidas.
Antes disso, porém, os indígenas Kayapó fazem as danças e entoam os cantos próprios do ritual. Ao final, os guerreiros são festejados por toda a comunidade por sua coragem e êxito na ação. A antiga tradição, que revela características marcantes da comunidade e da cultura Kayapó, é uma das muitas que os antigos desejam transmitir aos mais novos.
“Foi o meu pai que me passou esse conhecimento e, hoje, eu posso falar com os jovens e passar essas informações para eles. Dessa forma, no futuro, eles poderão transmitir essa sabedoria para os filhos deles também”, conclui Baiu Kayapó em depoimento que pode ser visto na íntegra no vídeo abaixo e foi gravado pelo Instituto Kabu para o Tradição e Futuro na Amazônia.
Patrocinado pelo Programa Petrobras Socioambiental, o TFA tem como objetivo documentar e trabalhar pela valorização da cultura Kayapó.