Em parceria com três Instituições de Ensino Superior nacionais (Institutos de Biofísica e de Biologia da UFRJ e Instituto Oceanográfico da USP), uma ONG (Instituto Boto-Cinza), uma Universidade internacional (Universidade do Porto, Portugal), e cinco colônias e associações de pesca, o Projeto Ecologia e conservação de tubarões do Rio de Janeiro: compostos orgânicos emergentes e padrões de movimentação vem unir técnicas avançadas tanto analíticas quanto de monitoramento satelital, com o monitoramento da atividade pesqueira, capacitação e a sensibilização das comunidades pesqueiras para a conservação das espécies de elasmobrânquios que ocorrem na costa do Estado do Rio de Janeiro. Os contaminantes orgânicos emergentes (fármacos antidepressivos e filtros solares), os retardantes de chama (PBDEs) e as parafinas policloradas são poluentes ambientais que possuem características de persistência, bioacumulação e biomagnificação. Juntamente com os hidrocarbonetos petrogênicos (HPAs) são resistentes à degradação e considerados tóxicos aos seres humanos e à vida selvagem e podem causar diversos efeitos deletérios à saúde.
Estudos de padrões de movimentação de elasmobrânquios utilizando transmissores via satélite são pouco explorados no Brasil e se restringem primordialmente às águas da região Nordeste, em especial ao Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) e Fernando de Noronha. O presente trabalho visa preencher a lacuna existente sobre a ocorrência de contaminantes orgânicos, hidrocarbonetos petrogênicos e os padrões de movimentação, em espécies de tubarões ameaçadas do Estado do Rio de Janeiro e importantes indicadores da saúde dos oceanos.
A proposta contempla esta lacuna do conhecimento no âmbito nacional, de forma a colocar o grupo como os pioneiros nesta área de pesquisa no Brasil. Paralelamente, estudos de dieta pretendem fornecer informações sobre os hábitos alimentares de cada espécie, tais como os principais itens na dieta, se existem variações na alimentação de acordo com o crescimento e época do ano, e avaliar a estratégia alimentar e largura do nicho, contribuindo com o entendimento dos processos de bioacumulação e biomagnificação dos diferentes compostos. E a sensibilização de comunidades pesqueiras (da Ilha da Marambaia; Recreio dos Bandeirantes; Barra da Tijuca; Barra de Guaratiba; Grumari) para a identificação de espécies ameaçadas e o monitoramento da frota pesqueira e da pesca nessas comunidades, um documentário do projeto e folhetos didáticos de orientação na identificação dos elasmobrânquios para serem distribuídas, além da formação de recursos humanos qualificados, fazem parte dos objetivos desse projeto.
SituaçãoConcluído |
Ano início2022 |
BiomaMarinho Costeiro |