Notícias
Surf caiçara
Crianças, jovens e mulheres da comunidade já estão envolvidos com o esporte. Foto: Eduardo Gouvêa
A chegada da covid-19 secou a principal fonte de renda da Comunidade Tradicional Caiçara da Praia do Aventureiro, em Ilha Grande, Rio de Janeiro. Destino certo de surfistas, o esporte atrai turistas do Brasil inteiro para o local. E foi justamente o surf que fez a maré melhorar para a comunidade de aproximadamente 100 pessoas. Uma das iniciativas apoiadas pelo Projeto Educação Ambiental, a Escolinha de Surf Caiçara do Aventureiro já conseguiu impactar positivamente mais de metade da população local. O apoio faz parte de uma chamada emergencial para atenuar os diferentes efeitos negativos da pandemia, entre eles o impacto sobre a saúde mental dos grupos beneficiados.
Enquanto 26 crianças recebem suas primeiras lições de surf, 24 mulheres da comunidade são remuneradas para se revezar no preparo de lanches e pratos típicos para alimentar a garotada com lanches saudáveis utilizando ingredientes frescos e locais. Além disso, 10 jovens estão sendo capacitados como instrutores para dar aulas de surf aos turistas – assim que a pandemia permitir. O esporte contribui diretamente para o bem-estar das crianças, que, sem escola e opções de entretenimento, estão entre os grupos que têm a vitalidade mais afetada pela pandemia.
Ao longo dos seis meses de projeto, haverá também seis eventos educacionais envolvendo toda a comunidade, sobre temas sugeridos por eles, como reciclagem, horta, manejo de trilhas e separação correta do lixo.
“Com o nascimento do projeto, jovens e adultos voltaram a surfar e quase todas as crianças da comunidade já participam do projeto”, comemora uma das líderes da iniciativa, Lívia Corrêa do Nascimento. “Queremos, através do esporte e das atividades educativas, incentivar hábitos saudáveis e sensibilizar os moradores nas questões ambientais. E que a comunidade valorize cada vez mais a cultura caiçara, principalmente por meio das hortas tradicionais”.