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Jovens da Resex de Corumbau se organizam com apoio do Projeto GEF Mar
Foto: Participantes do I Encontro de Juventude da Resex de Corumbau (BA). ICMBio
Consciência, confiança e autonomia. São três palavras que a universitária Dandara Fernanda, 23 anos, usa para definir o que a juventude da Reserva Extrativista do Corumbau precisa ter para manter os direitos conquistados por seus pais e garantir muito mais para suas comunidades. A estudante de fisioterapia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) nasceu na Comunidade de Cumuruxatiba em 1995, cinco anos antes da criação da unidade de conservação (UC) no território pesqueiro tradicional localizado no extremo Sul da Bahia. Filha e neta de pescadores, Dandara foi uma das participantes do I Encontro de Juventude da Resex de Corumbau, realizado no dia 21 de julho, com apoio da equipe do ICMBio na unidade e do Projeto Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas (GEF Mar).
A ideia do encontro nasceu do desejo dos jovens de se organizarem para pensar e agir coletivamente na realização e reivindicação de ações que atendam aos interesses das nove comunidades da UC. Segundo Iraia Mayhã Guedes, jovem pataxó e uma das organizadoras do encontro, os pescadores anciãos da RESEX Corumbau apoiaram a ideia da reunião, que aconteceu na aldeia indígena Pataxó Bugigão, em Porto Seguro. “Toda maré tem seu horário e esta é a hora da nossa maré” foi o tema deste primeiro evento e retrata o momento de troca geracional pelo qual passa a RESEX.
“Esse I Encontro da Juventude da RESEX de Corumbau simboliza um novo momento na gestão da unidade de conservação, no qual estão reafirmando o pertencimento ao território tradicional. Com a juventude e as mulheres como protagonistas amplia-se a lógica da participação comunitária na construção de seu futuro.” explica Ronaldo Freitas Oliveira, chefe da Unidade do ICMBio junto à RESEX. Segundo ele, no encontro, os jovens se organizaram em comissão e outras atividades vêm por aí.
“Viver na RESEX é se envolver, como fazemos em nossas casas. Queremos mudar o comportamento, a cultura e incentivar os outros a continuar buscando o modo mais sustentável de viver aqui.” concluiu Fabiana Jesus da Silva, outra jovem de Cumuruxatiba, para quem é fundamental aumentar a qualidade e a quantidade de processos de formação e participação dos jovens.